Desassociados são evitados?

Postado por: Mentalista
Data: 2016-01-02 02:03:59 (Atualizado em: 2016-08-22 23:39:26)

Tags: citações, ostracismo, desassociação, dissociação, família, mentiras escancaradas

Site oficial das Testemunhas de Jeová: https://www.jw.org/pt/testemunhas-de-jeova/perguntas-frequentes/ex-membros/

Nós não evitamos Testemunhas de Jeová batizadas que pararam de participar na pregação ou até de se associar conosco. Na verdade, nós procuramos contatar essas pessoas e reavivar seu interesse pelas coisas de Deus.

Nós não expulsamos automaticamente alguém que cometeu um pecado grave. Mas, se uma Testemunha de Jeová batizada passa a ter o costume de violar o código de moral da Bíblia e não se arrepende, ela é desassociada, ou evitada. A Bíblia diz claramente: “Removei o homem iníquo de entre vós.” — 1 Coríntios 5:13.

Mas e se um homem que tem uma esposa e filhos Testemunhas de Jeová é desassociado? Embora o vínculo religioso que ele tinha com a família tenha mudado, o vínculo familiar continua. O relacionamento conjugal e as afeições e os tratos familiares continuam.

Pessoas desassociadas podem assistir a nossas reuniões religiosas. Se elas quiserem, também podem receber conselhos espirituais dos anciãos da congregação. O objetivo é ajudar cada pessoa nessa situação a se qualificar para voltar a ser Testemunha de Jeová. Os desassociados que rejeitam conduta imprópria e mostram um desejo sincero de seguir os padrões da Bíblia sempre são bem recebidos de volta na congregação.

Watchtower, 1 de Abril de 1920, págs. 100-101 (clique no texto para traduzir)

We would not refuse to treat one as a brother because he did not believe the Society is the Lord's channel. If others see it in a different way, that is their privilege. There should be full liberty of conscience.

Nós não iríamos nos recusar a tratar alguém como um irmão porque ele não acredita que a Sociedade é o canal do Senhor. Se outros enxergam de outra maneira, é privilégio (ou opção) deles. Deve haver total liberdade de consciência.

Watchtower, 1 de Outubro de 1952, pág. 599 (clique no texto para traduzir)

We must hate in the truest sense, which is to regard with extreme and active aversion, to consider as loathsome, odious, filthy, to detest. Surely any haters of God are not fit to live on his beautiful earth.

Temos de odiar no sentido mais verdadeiro, que é encarar com extrema e ativa aversão, considerar como uma abominação, odioso, nojento, detestar. Seguramente quaisquer odiadores de Deus não merecem viver na Sua bela terra .

Watchtower, 15 de Novembro de 1952, pág. 703 (clique no texto para traduzir)

We are not living today among theocratic nations where such members of our fleshly family relationship could be exterminated for apostasy from God and his theocratic organization, as was possible and was ordered in the nation of Israel in the wilderness of Sinai and in the land of Palestine [...] Being limited by the laws of the worldly nation in which we live and also by the laws of God through Jesus Christ, we can take action against apostates only to a certain extent, that is, consistent with both sets of laws. The law of the land and God’s law through Christ forbid us to kill apostates, even though they be members of our own flesh-and-blood family relationship.

Nós não estamos vivendo hoje entre as nações teocráticas onde tais membros da nossa relação familiar carnal podiam ser exterminados por apostasia de Deus e da sua organização teocrática, como foi possível e foi ordenado na nação de Israel no deserto do Sinai e na terra da Palestina [...] Estando limitados pelas leis da nação mundana na qual vivemos e também pelas leis de Deus por meio de Jesus Cristo, só podemos tomar ação contra apóstatas até um certo ponto, isto é, consistente com ambos os conjuntos de leis. A lei da terra e a lei de Deus através de Cristo proíbem-nos de matar apóstatas, embora eles possam ser membros do nosso relacionamento familiar de carne e sangue.

A Sentinela, 15 de Dezembro de 1981, págs. 17-22

COMO TRATAR OS EXPULSOS

7 No entanto, talvez surjam algumas perguntas sobre como devemos tratar um ex-membro que fora expulso. Somos gratos de que Deus proveu na sua Palavra respostas e orientações de que podemos ter certeza de que são perfeitas, justas e eqüitativas. — Jer. 17:10; Deut. 32:4.

12 Sim, a Bíblia ordena que os cristãos não mantenham a companhia ou associação de alguém que foi expulso da congregação. Portanto, as Testemunhas de Jeová chamam apropriadamente de “desassociação” a expulsão de tal transgressor impenitente e ser ele depois evitado. Sua recusa de terem associação com alguém expulso, em qualquer nível espiritual ou social, demonstra lealdade às normas de Deus e obediência à sua ordem em 1 Coríntios 5:11, 13. Isto está de acordo com o conselho de Jesus, de que tal pessoa seja considerada assim como um “homem das nações” era considerado pelos judeus daquele tempo. Após a morte dos apóstolos, os que professavam o cristianismo evidentemente seguiam por algum tempo o procedimento bíblico. Mas quantas igrejas acatam hoje a clara orientação de Deus neste respeito?

OS QUE SE DISSOCIAM

14 Alguém que tem sido verdadeiro cristão talvez renuncie ao caminho da verdade, declarando que não se considera mais como Testemunha de Jeová, nem quer ser conhecido como tal. Quando ocorrer um caso raro desses, a pessoa renuncia à sua posição como cristão, dissociando-se deliberadamente da congregação. O apóstolo João escreveu: “Saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos; pois, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco.” — 1 João 2:19.

15 Ou pode ser que alguém renuncie ao seu lugar na congregação cristã por meio de suas ações, tais como por tornar-se parte duma organização cujo objetivo é contrário à Bíblia, e, por isso, vem sob o julgamento de Jeová Deus. (Veja Revelação 19:17-21; Isaías 2:4.) Portanto, quando alguém que era cristão decide juntar-se aos que são desaprovados por Deus, é apropriado que a congregação reconheça, por meio dum breve anúncio, que ele se dissociou e não é mais Testemunha de Jeová.

16 Os que se tornam ‘não dos nossos’ por deliberadamente rejeitarem a fé e as crenças das Testemunhas de Jeová devem ser encarados e tratados apropriadamente como aqueles que foram desassociados por causa duma transgressão.

COOPERAÇÃO COM A CONGREGAÇÃO

17 Embora os cristãos usufruam associação espiritual quando consideram ou estudam a Bíblia com seus irmãos ou com interessados, não desejarão manter tal associação com um pecador expulso (ou com alguém que renunciou à fé e às crenças das Testemunhas de Jeová por se dissociar). O expulso foi ‘rejeitado’, estando “condenado por si mesmo” por estar “pecando”, e os da congregação tanto aceitam o julgamento de Deus como o apóiam. A desassociação, porém, envolve mais do que apenas deixar de ter associação espiritual. — Tito 3:10, 11.

18 Paulo escreveu: “[Cessai] de ter convivência . . . nem sequer comendo com tal homem.” (1 Cor. 5:11) Uma refeição é uma ocasião de descontração e contato social. Portanto, a Bíblia exclui aqui também a associação social, tal como participar com o expulso num piquenique ou em festa, jogo de bola, ida à praia ou ao cinema, ou tomar uma refeição com ele. (Os problemas especiais que envolvem um parente desassociado são considerados no artigo que segue.)

19 O cristão pode às vezes sentir muita pressão para desconsiderar tal conselho bíblico. Suas próprias emoções podem criar tal pressão, ou ela pode ser exercida por conhecidos. Por exemplo, um irmão foi pressionado a oficiar o casamento de duas pessoas desassociadas. Pode tal serviço ser explicado como mera bondade? Alguém talvez pense que sim. Mas, por que se requeriam os serviços dele, em vez de recorrer a um tabelião ou a outra pessoa autorizada pelo estado a celebrar casamentos? Não foi por causa de sua condição de ministro de Deus e por ele poder dar conselho da Palavra de Deus sobre o casamento? Ceder a tal pressão o envolveria na associação com o casal, com pessoas que foram expulsas da congregação pelo seu proceder ímpio. — 1 Cor. 5:13.

20 Há outros problemas que surgem com relação a negócios ou ao emprego. O que se dá quando você é agora empregado dum homem que foi expulso da congregação ou você emprega alguém com quem isso aconteceu? O que se dá então? Se você estiver contratual ou financeiramente obrigado a continuar a relação comercial no momento, certamente teria então uma atitude diferente para com o desassociado. Talvez sejam necessárias palestras sobre assuntos comerciais com ele ou contatos no serviço, mas palestras espirituais ou associação social seriam coisas do passado. Demonstraria assim a sua obediência a Deus e ergueria uma barreira protetora para si mesmo. Isso também poderá incutir nele quanto lhe custou o seu pecado, em diversos sentidos. — 2 Cor. 6:14, 17.

DEVE-SE FALAR COM O DESASSOCIADO OU DISSOCIADO?

21 Significaria a defesa da justiça de Deus e do seu arranjo de desassociação que o cristão não deve falar nada com alguém expulso, nem mesmo dizendo: “Bom dia”? Alguns se perguntaram sobre isso, em vista do conselho de Deus de amarmos os nossos inimigos e de não ‘cumprimentarmos somente os nossos irmãos’. — Mat. 5:43-47.

22 Deus, na sua sabedoria, realmente não procurou abranger toda situação possível. É necessário que entendamos o sentido do que Jeová diz sobre o tratamento dum desassociado, porque assim podemos esforçar-nos a apoiar o Seu conceito. Deus explica por meio do apóstolo João:

“Todo aquele que se adianta e não permanece no ensino do Cristo não tem Deus. . .. Se alguém se chegar a vós e não trouxer este ensino, nunca o recebais nos vossos lares, nem o cumprimenteis. Pois, quem o cumprimenta é partícipe das suas obras iníquas.” — 2 João 9-11.

23 O apóstolo que deu esse aviso sábio era íntimo de Jesus e sabia muito bem o que Cristo dissera sobre cumprimentar outros. Ele sabia também que a saudação costumeira daquele tempo era: “Paz.” Diferente de algum “inimigo” pessoal ou dum homem de autoridade, do mundo, que se opõe aos cristãos, o desassociado ou dissociado que procura promover ou justificar seu pensamento apóstata, ou que continua no seu proceder ímpio, certamente não é alguém a quem se deseja “Paz”. (1 Tim. 2:1, 2) E todos sabemos de experiência no decorrer dos anos que um simples “Oi” dito a alguém pode ser o primeiro passo para uma conversa ou mesmo para amizade. Queremos dar este primeiro passo com alguém desassociado?

24 ‘Mas, e se ele parecer arrependido e precisar de encorajamento?’ poderá alguém querer saber. Há uma provisão para tratar de tais situações. Os superintendentes da congregação servem quais pastores e protetores espirituais do rebanho. (Heb. 13:17; 1 Ped. 5:2) Quando o desassociado ou dissociado pergunta ou dá evidência de querer voltar ao favor de Deus, os anciãos poderão falar com ele. Explicar-lhe-ão bondosamente o que ele deve fazer e poderão dar-lhe alguma admoestação apropriada. Podem lidar com ele à base dos fatos sobre o seu pecado e sua atitude no passado. Outros na congregação não possuem tal informação. Portanto, caso alguém ache que o desassociado ou dissociado ‘está arrependido’, não seria este um julgamento mais baseado numa impressão do que em informação exata? Se os superintendentes estiverem convencidos de que a pessoa está arrependida e está produzindo os frutos do arrependimento, ela poderá ser readmitida na congregação. Depois disso, os demais da congregação poderão acolhê-la cordialmente nas reuniões, demonstrar perdão, consolá-la e confirmar-lhe seu amor, conforme Paulo exortou que os coríntios deviam fazer com o homem que fora readmitido em Corinto. — 2 Cor. 2:5-8.

NÃO PARTICIPE EM OBRAS INÍQUAS

25 Todos os cristãos fiéis precisam tomar a peito a verdade séria que Deus inspirou João a escrever: “Quem . . . cumprimenta [o pecador expulso que promove ensinos errôneos ou se empenha em conduta ímpia] é partícipe das suas obras iníquas.” — 2 João 11.

26 Muitos dos comentaristas da cristandade fazem objeção a 2 João 11. Alegam que se trata de ‘conselho não-cristão, contrário ao espírito de nosso Senhor’, ou que estimula a intolerância. No entanto, tais sentimentos emanam de organizações religiosas que não aplicam a ordem de Deus, de ‘remover o homem iníquo de entre vós’, que raras vezes ou nunca expulsam de suas igrejas nem mesmo transgressores notórios. (1 Cor. 5:13) Sua “tolerância” é antibíblica, é anticristã. — Mat. 7:21-23; 25:24-30; João 8:44.

27 Mas não é errado ser leal ao Deus justo e eqüitativo da Bíblia. Ele nos diz que aceitará ‘no seu santo monte’ apenas os que andam sem defeito, que praticam a justiça e falam a verdade. (Sal. 15:1-5) Mas, se o cristão lançasse a sua sorte com um transgressor rejeitado por Deus e desassociado, ou que se dissociou, isso equivaleria a dizer: ‘Eu tampouco quero um lugar no santo monte de Deus.’ Se os anciãos o vissem encaminhar-se nessa direção por associar-se regularmente com alguém desassociado, eles procurariam amorosa e pacientemente ajudá-lo a recuperar o conceito de Deus. (Mat. 18:18; Gál. 6:1) Eles o admoestariam e, se necessário, o ‘repreenderiam com severidade’. Querem ajudá-lo a permanecer ‘no santo monte de Deus’. Mas, se não deixar de se associar com a pessoa expulsa, ele se torna assim ‘partícipe (apoiando ou compartilhando) das obras iníquas’ e terá de ser removido da congregação, expulso. — Tito 1:13; Judas 22, 23; veja Números 16:26.

LEALDADE AO CONCEITO DE DEUS

28 A lealdade a Jeová Deus e às suas provisões é motivo de felicidade, porque todos os seus caminhos são justos, eqüitativos e bons. Isto se aplica também à sua provisão de desassociar transgressores impenitentes. Cooperando com este arranjo, podemos confiar nas palavras de Davi: “Ficai sabendo que Jeová certamente distinguirá aquele que lhe é leal.” (Sal. 4:3) Sim, Deus destaca, honra e orienta os que são leais a ele e aos seus modos. Entre as muitas bênçãos que recebemos por tal lealdade está a alegria de estarmos entre aqueles que Deus aprova e aceita ‘no seu santo monte’. — Sal. 84:10, 11.

[Nota(s) de rodapé]

“Daí em diante ele era como um morto. Não se lhe permitia estudar junto com os outros, nem se devia manter com ele contato [social], nem mesmo se devia mostrar-lhe o caminho. Ele podia, é verdade, comprar as necessidades da vida, mas era proibido comer ou beber com tal.” — The Life and Times of Jesus the Messiah, de A. Edersheim, Vol. II, p. 184.

Em harmonia com este ensino bíblico, Adam Clarke salienta a diferença, declarando: “Não tenhais nenhuma comunhão com [o pecador expulso] em coisas sagradas ou civis. Podeis transacionar vossos Interesses mundanos com alguém que não conhece a Deus e que não professa o cristianismo, não Importa qual seja seu caráter moral mas não deveis nem mesmo neste respeito reconhecer um homem que professe o cristianismo, que for escandaloso na sua conduta. Que ele leve este sinal extra de vossa abominação de todo o pecado.”

O historiador eclesiástico Joseph Blugham escreveu sobre os primeiros séculos: “A disciplina da igreja consistia no poder de privar homens de todos os benefícios e privilégios do batismo, por expulsá-los da sociedade e da comunhão da igreja, . . . e todos se esquivavam deles e os evitavam na conversação comum, em parte para confirmar as censuras e os procedimentos da igreja contra eles, em parte para envergonhá-los e em parte para se prevenirem contra o perigo do contágio.” “. . . ninguém devia receber os excomungados no seu lar, nem comer à mesma mesa com eles; não se devia conversar com eles de modo familiar, enquanto vivessem: nem se deviam realizar exéquias por eles quando mortos, . . . Essas orientações baseavam-se no modelo daquelas regras dos apóstolos, que problema aos cristãos dar qualquer contemplação a Infratores notórios.” — The Antiquities of the Christian Church, pp. 880, 891.

Nosso número de 1.° de dezembro de 1981 considerou o texto de 2 Tessalonicenses 3:14, 15, onde a Bíblia diz que talvez seja necessário ‘tomar nota’ dum cristão que persiste em conduta desordeira. Ele ainda é um irmão e deve ser admoestado como tal, mas os outros cristãos devem ‘parar de associar-se com ele’. Se eles devem evitar a sua companhia de modo social, deve existir uma separação muito mais clara nos casos de transgressores desassociados ou dissociados.

Veja A Sentinela de 1.° de dezembro de 1981 sobre o assunto do arrependimento.

A Sentinela, 1 de Abril de 1986, págs. 30-31

Perguntas dos Leitores

▪ Por que desassociaram (excomungaram) as Testemunhas de Jeová por apostasia a alguns que ainda professam crer em Deus, na Bíblia e em Jesus Cristo?

Os que expressam tal objeção salientam que muitas organizações religiosas que afirmam ser cristãs permitem conceitos dissidentes. Até mesmo alguns clérigos discordam de ensinos básicos da sua igreja, e ainda assim permanecem nas boas graças dela. Em quase todas as denominações religiosas da cristandade há modernistas e fundamentalistas que discordam grandemente entre si quanto à inspiração das Escrituras.

Entretanto, tais exemplos não constituem nenhuma base para nós fazermos o mesmo. Por que não? Muitas de tais denominações permitem conceitos amplamente divergentes entre os clérigos e os leigos, por acharem que não pode haver certeza sobre exatamente o que é a verdade bíblica. São como os escribas e os fariseus dos dias de Jesus, que não conseguiam falar às pessoas com autoridade, que era o modo de Jesus ensinar. (Mateus 7:29)

Além disso, ao ponto em que esses religionários crêem no ecumenismo, vêem-se obrigados a não tomar muito a sério a divergência das crenças.

Mas a adoção de tal conceito não tem base nenhuma nas Escrituras. Jesus não tomou o partido de nenhuma das seitas do judaísmo. Os judeus daquelas seitas professavam crer no Deus da criação e nas Escrituras Hebraicas, especialmente na Lei de Moisés. Ainda assim, Jesus disse aos seus discípulos: “Vigiai-vos . . . do ensino dos fariseus e dos saduceus.” (Mateus 16:11, 12; 23:15) Note também quão fortemente o apóstolo Paulo se expressou sobre este assunto: “Mesmo que nós ou um anjo do céu vos declarássemos como boas novas algo além daquilo que vos declaramos como boas novas, seja amaldiçoado.” Paulo repetiu então esta declaração para dar ênfase. — Gálatas 1:8, 9.

Ensinar conceitos dissidentes ou divergentes não é compatível com o verdadeiro cristianismo, conforme Paulo torna claro em 1 Coríntios 1:10: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa, e que não haja entre vós divisões; antes sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer.” (Almeida, atualizada) Em Efésios 4:3-6 ele diz adicionalmente que os cristãos devem estar “diligenciando observar a unidade do espírito no vínculo unificador da paz. Há um só corpo e um só espírito, assim como também fostes chamados em uma só esperança a que fostes chamados; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos.”

Devia tal união ser alcançada e mantida por todos independentemente pesquisarem as Escrituras, tirarem suas próprias conclusões e depois as ensinarem? De modo algum! Jeová Deus, por meio de Jesus Cristo, proveu para este fim “alguns como apóstolos, . . . alguns como evangelizadores, alguns como pastores e instrutores . . . até que todos alcancemos a unidade na fé e no conhecimento exato do Filho de Deus, como homem plenamente desenvolvido”. Sim, com a ajuda de tais ministros, a união congregacional — a unidade no ensino e na atividade — pode ser e se tornaria possível. — Efésios 4:11-13.

Obviamente, a base da associação aprovada com as Testemunhas de Jeová não pode ser apenas uma crença em Deus, na Bíblia, em Jesus Cristo, e assim por diante. O papa católico romano, bem como o arcebispo anglicano de Cantuária, professa tal crença, mas seus respectivos róis de membros de igreja estão apartados entre si. Do mesmo modo, simplesmente professar tais crenças não autoriza ninguém a ser conhecido como Testemunha de Jeová.

A associação aprovada com as Testemunhas de Jeová requer a aceitação de toda a série dos verdadeiros ensinos da Bíblia, inclusive as crenças bíblicas singulares das Testemunhas de Jeová. O que incluem tais crenças?

Que a grande questão perante a humanidade é a legitimidade da soberania de Jeová, que é o motivo de ele ter permitido a iniqüidade por tanto tempo. (Ezequiel 25:17) Que Jesus Cristo teve uma existência pré-humana e está subordinado ao seu Pai celestial. (João 14:28) Que há hoje na terra um “escravo fiel e discreto” a quem se confiaram todos os interesses terrestres de Jesus’, escravo que está associado com o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová. (Mateus 24:45-47) Que 1914 marcou o fim dos Tempos dos Gentios e o estabelecimento do Reino de Deus nos céus, bem como o tempo da predita presença de Cristo. (Lucas 21:7-24; Revelação 11:15-12:10) Que apenas 144.000 cristãos receberão a recompensa celestial. (Revelação 14:1, 3) Que o Armagedom, que se refere à batalha do grande dia de Deus, o Todo-poderoso, está próximo. (Revelação 16:14, 16; 19:11-21) Que a isso se seguirá o Reinado milenar de Cristo, que restabelecerá o paraíso global. Que os primeiros a usufruí-lo serão os da atual “grande multidão” de “outras ovelhas” de Jesus. — João 10:16; Revelação 7:9-17; 21:3, 4.

Temos um precedente bíblico para adotar tal conceito estrito? Sim, temos! Paulo escreveu a respeito de alguns nos seus dias: “A palavra deles se espalhará como gangrena. Himeneu e Fileto são desses. Estes mesmos se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição já ocorreu; e estão subvertendo a fé que alguns tem.” (2 Timóteo 2:17, 18; veja também Mateus 18:6.) Não há nada que indique que esses homens não cressem em Deus, na Bíblia e no sacrifício de Jesus. Entretanto, neste único ponto básico, quanto ao que ensinavam a respeito do tempo da ressurreição, Paulo marcou-os corretamente como apóstatas, com os quais os cristãos fiéis não se associariam.

De modo similar, o apóstolo João classificou de anticristos aqueles que não criam que Jesus tivesse vindo na carne. Estes podem ter acreditado em Deus, nas Escrituras Hebraicas, em Jesus como o Filho de Deus, e assim por diante. Mas, neste ponto, que Jesus realmente viera em carne, discordavam, e por isso foram chamados de “anticristo”. João prosseguiu, dizendo a respeito dos que adotavam tais conceitos divergentes. “Se alguém se chegar a vós e não trouxer este ensino, nunca o recebais nos vossos lares, nem o cumprimenteis. Pois, quem o cumprimenta é partícipe das suas obras iníquas.” — 2 João 7, 10, 11.

Seguindo-se tal modelo bíblico, quando um cristão (que afirma crer em Deus, na Bíblia e em Jesus) impenitentemente promove ensinos falsos, pode ser necessário expulsá-lo da congregação. (Veja Tito 3:10, 11.) Naturalmente, se a pessoa apenas tem dúvidas ou está mal informada sobre algum ponto, será amorosamente ajudada por ministros qualificados. Isto está em harmonia com o conselho: “Continuai . . . a mostrar misericórdia para com alguns que têm dúvidas; salvai-os por arrebatá-los do fogo.” (Judas 22, 23) Portanto, a verdadeira congregação cristã não pode de direito ser acusada de ser duramente dogmática, mas ela preza muito a união incentivada pela Palavra de Deus e se empenha por tal união.

A Sentinela, 15 de Abril de 1988, págs. 26-31

3 Alguém poderia perguntar: ‘Mas não é muito severo expulsar alguém e depois negar-se a conversar com o expulso?’ Esse conceito surgiu num recente caso perante um tribunal envolvendo uma mulher que fora criada por pais que haviam sido Testemunhas de Jeová. Os pais dela haviam sido desassociados. Ela não o foi, mas dissociou-se voluntariamente por escrever à congregação uma carta retirando-se dela. Concordemente, a congregação foi simplesmente informada de que ela não era mais Testemunha de Jeová. Ela se mudou, mas anos depois voltou e verificou que as Testemunhas locais não conversavam com ela. De modo que levou o caso ao tribunal. Qual foi o resultado, e como poderá isso afetar você? Para entendermos corretamente a questão, vejamos o que a Bíblia diz sobre o assunto relacionado da desassociação.

4 A maioria dos verdadeiros cristãos apóia lealmente a Deus e suas leis justas. (1 Tessalonicenses 1:2-7; Hebreus 6:10) Ocasionalmente, porém, alguém se desvia da vereda da verdade. Por exemplo, apesar da ajuda prestada por anciãos cristãos, ele talvez viole impenitentemente as leis de Deus. Ou talvez rejeite a fé por ensinar doutrinas falsas ou por se dissociar da congregação. Neste caso, o que se deve fazer? Coisas assim ocorriam mesmo enquanto os apóstolos ainda viviam; portanto, vejamos o que eles escreveram sobre isso.

6 Espera-se que tal pessoa se arrependa para poder ser novamente aceita. (Atos 3:19) Mas, no ínterim, será que os cristãos podem ter associação limitada com ela, ou é estritamente necessário evitá-la? No último caso, por quê?

Desligamento Total?

8 Nos escritos do apóstolo João encontramos conselho similar, que enfatiza quão cabalmente os cristãos devem evitar a tais: “Todo aquele que se adianta e não permanece no ensino do Cristo não tem Deus . . . Se alguém se chegar a vós e não trouxer este ensino, nunca o recebais nos vossos lares, nem o cumprimenteis. Pois, quem o cumprimenta [em grego: khaí·ro] é partícipe das suas obras iníquas.” — 2 João 9-11.

9 Por que é tal atitude firme apropriada mesmo hoje em dia? Pois bem, reflita no severo desligamento ordenado na Lei de Deus a Israel. Por diversos motivos sérios, violadores deliberados eram executados. (Levítico 20:10; Números 15:30, 31) Quando isso acontecia, os outros, mesmo os parentes, não podiam mais falar com o violador da lei, depois que morreu. (Levítico 19:1-4; Deuteronômio 13:1-5; 17:1-7) Embora os israelitas leais, lá naquele tempo, fossem humanos comuns, com emoções iguais às nossas, eles sabiam que Deus é justo e amoroso, e que a sua Lei protegia a pureza moral e espiritual deles. De modo que podiam aceitar que o arranjo dele, de desligar-se dos transgressores, era fundamentalmente bom e correto. — Jó 34:10-12.

10 Podemos ter a mesma certeza de que o arranjo de Deus, de que os cristãos recusem ter associação com alguém que foi expulso por um pecado impenitente, é uma proteção sábia para nós. “Retirai o velho fermento, para que sejais massa nova, conforme estiverdes livres do levedo.” (1 Coríntios 5:7) Os cristãos, por evitarem também aqueles que deliberadamente se dissociaram, são protegidos contra possíveis conceitos críticos, destituídos de apreço, e mesmo apóstatas. — Hebreus 12:15, 16.

E Quanto aos Parentes?

11 Deus certamente se dá conta de que o cumprimento das suas leis justas referentes ao desligamento de transgressores muitas vezes envolve e afeta parentes. Conforme já mencionado, quando um transgressor israelita era executado, não era mais possível manter contatos familiares. De fato, quando um filho era beberrão e glutão, seus pais deviam levá-lo perante os juízes, e se ele era impenitente, os pais deviam participar na justa execução dele, ‘para eliminar o mal do meio de Israel’. (Deuteronômio 21:18-21) Pode compreender que isso não deve ter sido fácil para eles. Pense também em como se sentiam os irmãos, as irmãs ou os avós do transgressor. Todavia, colocarem a lealdade ao seu justo Deus à frente da afeição familiar podia salvar-lhes a vida.

12 Lembre-se do caso de Corá, líder duma rebelião contra a liderança de Deus provida por meio de Moisés. Jeová, na sua justiça perfeita, viu que Corá tinha de morrer. Mas todos os que eram leais foram aconselhados: “Retirai-vos, por favor, de diante das tendas destes homens iníquos e não toqueis em nada do que lhes pertence, para que não sejais arrasados em todo o seu pecado.” Os parentes que não quiseram aceitar o aviso de Deus morreram junto com os rebeldes. Mas alguns dos parentes de Corá escolheram sabiamente ser leais a Jeová, o que lhes salvou a vida e resultou em bênçãos futuras. — Números 16:16-33; 26:9-11; 2 Crônicas 20:19.

13 O desligamento de alguém da congregação cristã não envolve a morte imediata, de modo que os vínculos familiares continuam a existir. Assim, um homem que é desassociado ou que se dissociou ainda pode morar com a sua esposa cristã e seus filhos fiéis. O respeito pelos julgamentos de Deus e pela ação da congregação induzirá a esposa e os filhos a reconhecerem que ele, pelo seu proceder, alterou o vínculo espiritual que existia entre eles. Todavia, visto que a desassociação dele não rompe seus vínculos consangüíneos ou seu relacionamento marital, os tratos e as afeições familiares normais podem continuar.

14 A situação é diferente quando o desassociado ou dissociado é um parente que vive fora do círculo familiar imediato ou no mesmo lar. Poderá ser possível ter quase nenhum contato com tal parente. Mesmo que houvesse alguns assuntos familiares que exigissem contato, este certamente ficaria reduzido ao mínimo, em harmonia com o princípio divino: “[Cessai] de ter convivência com qualquer que se chame irmão, que for fornicador, ou ganancioso [ou culpado de outro grave pecado], . . . nem sequer comendo com tal homem.” — 1 Coríntios 5:11.

15 Compreensivelmente, isto pode ser difícil, por causa das emoções e dos vínculos familiares, tais como o amor de avós pelos netos. No entanto, trata-se duma prova de lealdade a Deus, conforme declarado pela irmã mencionada na página 26. Quem sentir a tristeza e a dor que o parente desassociado assim causou pode encontrar consolo e encorajamento no exemplo dado por alguns dos parentes de Corá. — Salmo 84:10-12.

A Decisão do Tribunal

20 Portanto, este importante caso estabeleceu que alguém desassociado ou dissociado não pode obter num tribunal indenização por danos, pelas Testemunhas de Jeová, por ter sido rejeitado. Visto que a congregação acatou e aplicou as perfeitas diretrizes que todos nós podemos ler na Palavra de Deus, a pessoa sente uma perda causada pelas suas próprias ações.

Disciplina — Muitos se Beneficiam Dela

26 De modo que nosso Deus, que requer que o transgressor impenitente seja expulso da congregação, mostra também amorosamente que o pecador pode ser readmitido na congregação, se ele se arrepender e der meia-volta. (Um dissociado pode similarmente pedir tornar-se novamente parte da congregação.) Depois pode ser consolado pelos cristãos que confirmarão seu amor a ele. (2 Coríntios 2:5-11; 7:8-13) De fato, é assim como Paulo escreveu: “Nenhuma disciplina parece no momento ser motivo de alegria, mas sim de pesar; no entanto, depois dá fruto pacífico, a saber, a justiça, aos que têm sido treinados por ela.” — Hebreus 12:11.

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