Se você começou a ter contato com as testemunhas de Jeová e pensa em aceitar um estudo bíblico, este artigo é para você. O objetivo não é criar um debate entre você e seu "instrutor". Na realidade, o objetivo é lhe preparar para fazer algumas perguntas cujas respostas por parte das TJs podem lhe interessar, visto que podem ser um pouco contraditórias ou desagradáveis. Vamos fazer isso na forma de diálogos, em que você é o P e o seu instrutor será o R.
Salvação
P: Quem será salvo?
R: Todos os que estão na organização de Jeová e perseverarem até o fim.
P: Isto quer dizer que o resto da humanidade será destruído?
R: Não cabe a nós julgar as pessoas. Além disso, muitas ainda podem vir a se tornar testemunhas de Jeová.
P: Então, atualmente, bilhões de pessoas estão numa posição em que seriam destruídas, não é mesmo? Poderíamos dizer 99,9% da população mundial.
R: Possivelmente sim.
P: Você acredita que eu seria destruído no Armagedom se não me tornar uma Testemunha de Jeová?
Boas novas
P: Por que vocês pregam de casa em casa?
R: Porque Jesus disse que as boas novas seriam pregadas em toda a terra habitada, e então viria o fim.
P: E o que seria o fim?
R: O Armagedom, quando Jeová destruirá os maus.
P: Então as "boas novas" incluem uma destruição em massa?
R: Não exatamente. Elas são sobre um paraíso terrestre.
P: Mas, para que isso ocorra, bilhões de pessoas precisarão ser destruídas, não é mesmo?
R: Sim, somente assim os bons poderão ser felizes por toda a eternidade.
P: Então essas boas novas, de certa forma, incluem a morte de todas essas pessoas. Como podem ser boas novas?
Mediador
P: Por que vocês acreditam que Jesus não é o mediador de toda a humanidade?
R: Isto não é verdade. Acreditamos que Jesus morreu por todos.
P: Então, por que o livro "Segurança Mundial", no capítulo 1, parágrafo 16, diz que "o Moisés Maior, Jesus Cristo, não é o Mediador entre Jeová Deus e toda a humanidade. Ele é o Mediador entre seu Pai celestial, Jeová Deus, e a nação do Israel espiritual, que está limitado a 144.000 membros." ?
Últimos dias
P: Onde a Bíblia fala sobre estarmos vivendo nos últimos dias?
R: Em 2 Timóteo 3:1-5.
P: Aquela era uma carta a Timóteo. Além disso, no versículo 5, Paulo recomendou que Timóteo se afastasse do tipo de gente mencionada. Além disso, Atos 2:16-47, em especial no versículo 17, diz que nos "últimos dias" haveria milagres, algo que as Testemunhas de Jeová alegam que se encerrou naquele tempo.
R: Essa profecia tem um segundo cumprimento nos nossos dias.
P: Com que base você pode afirmar isso?
R: Porque a Bíblia fala em Revelação que quando o Diabo fosse expulso do céu ele teria pouco tempo. E é evidente que ele foi solto em 1914, quando Jesus foi entronizado como rei.
P: Por que vocês acreditam que Jesus foi entronizado como rei em 1914?
1914
P: Por que vocês acreditam que Jesus foi entronizado como rei em 1914?
R: É uma questão cronológica. Mas, basicamente, se somarmos 2520 anos ao ano de 607 AEC, chegaremos à data de 1914. E isto é profético.
P: O que aconteceu em 607 AEC?
R: A destruição de Jerusalém.
P: Ora, não dizem os historiadores que isso ocorreu em 587 AEC?
R: Eu não me recordo bem sobre isso. Mas temos que levar em conta o que a Bíblia diz sobre isso.
P: Essa é uma questão que me interessa, visto que eu encontrei na A Sentinela, 1 de Setembro de 2007, o seguinte comentário:
"2:1 — Quando foi que Nabucodonosor teve o sonho da enorme imagem? O relato diz que foi “no segundo ano do reinado de Nabucodonosor”. Ele se tornou rei no ano 624 AEC. Assim, o segundo ano de seu reinado começou em 623 AEC — anos antes de ele invadir Judá. Nabucodonosor não poderia ter tido o sonho nesse ano, pois Daniel ainda não estava em Babilônia para interpretá-lo. Pelo visto, o “segundo ano” é contado a partir de 607 AEC, quando o rei de Babilônia destruiu Jerusalém e se tornou governante mundial."
Então, a revista A Sentinela indica que o sonho dele ocorreu por volta de 606 AEC, sem no entanto ter uma data precisa para isso.
Vamos por um momento supor que a destruição de Jerusalém realmente ocorreu em 587 AEC e ver se isso se encaixa com o restante da cronologia. Se levarmos em conta 2 Reis 25, do versículo 8 em diante, vemos que a destruição de Jerusalém ocorreu no 19º ano de seu reinado, o que nos leva ao ano de 605 AEC como o primeiro de seu reinado. Lembrando que a Bíblia diz que o sonho dele ocorreu no segundo ano do reinado dele, chegaríamos então a 604 AEC como sendo o ano do seu sonho.
Além disso, A Sentinela, 1 de Outubro de 2011, págs. 28-29, diz: "Portanto, segundo a cronologia da Bíblia, os 70 anos foram um período literal que terminou em 537 AEC."
Esses 70 anos estão descritos em Jeremias 29:10. Muitas traduções dizem 70 anos "para Babilônia" em vez de "em Babilônia". Em Jeremias 25:1 vemos que o quarto ano de Jeoiaquim foi o primeiro ano de Nabucodonosor. Admitindo que este foi em 605 AEC, e comparando com Daniel 1:1, concluímos que Nabucodonosor chegou em Jerusalém em 606 AEC e a sitiou. O mesmo artigo da Sentinela diz que "para saber [em que ano começaram os setenta anos] precisamos ver quando esse período terminou." Se contarmos 70 anos para trás a partir de 537 AEC, chegaremos em 606 AEC. Podemos dizer então que ali começaram os 70 anos "para Babilônia".
Essas datas se encaixam perfeitamente, de modo que o ponto de vista secular bate com o bíblico. E não é necessário supor que o "segundo ano" mencionado em Daniel 2:1 é contado a partir da destruição de Jerusalém, mas sim a partir do ano em que Nabucodonosor realmente começou a governar. Não faz isso mais sentido?
Jeová
P: Por que as Testemunhas de Jeová adicionaram o nome Jeová no Novo Testamento, sendo que ele não é encontrado em nenhum documento descoberto?
R: Jesus usava o nome de Deus, até mesmo ao citá-lo do Velho Testamento; então fica evidente que o nome Jeová estava na Bíblia e foi removido.
P: Se o nome do próprio Deus foi removido da Bíblia e restaurado apenas recentemente, como eu posso confiar que ela não foi modificada de outras formas?
Sangue
P: Por que as Testemunhas de Jeová não recebem transfusão de sangue?
R: Porque a Bíblia, em Atos, condena o uso de sangue.
P: E quanto a derivados de sangue?
R: É uma questão pessoal.
P: Esses derivados vem de sangue armazenado, não?
R: Sim.
P: Você pode doar sangue?
R: Com base na Bíblia, não. Então, não.
P: Não parece que há um critério duplo aí, ou seja, em uma testemunha de Jeová poder se beneficiar de doações mas não poder fazê-las?
Desassociação
P: É verdade que, se alguém for desassociado, as outras testemunhas de Jeová, incluindo a família dele, não irão mais falar com ele?
R: Sim, e isso é bíblico. A Bíblia fala sobre não ter convivência com essa pessoa.
P: Ah sim, eu me lembro desse texto. Mas ali ele fala de convivência. E eu soube que vocês não podem nem cumprimentar essa pessoa. É verdade?
R: Sim. Cumprimentar essa pessoa seria um passo em direção a ter convivência com ela.
P: E isso é bíblico?
R: Não exatamente.
P: Isso não é "ir além das escrituras"?
R: Há outros princípios que devemos levar em conta.
P: Eu me lembro de dois. Lendo Mateus 18:15-17, entendo que um pecador deve no máximo ser encarado como "homem das nações e como cobrador de impostos". E lendo Marcos 2:15-17, entendo que, se o próprio Jesus comia com essas pessoas e com outros pecadores, então não há motivos para que eu nem sequer os cumprimente. Entendo que ter convivência com eles violaria o conselho de Paulo, mas, visto que Jesus disse: "os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento", por que eu deveria virar a face para eles?
Conclusão
Ao fazer tais perguntas para uma testemunha de Jeová, ela muito provavelmente dirá que são mentiras de apóstatas. É a reação natural da maioria delas ao não ter uma resposta convincente para essas perguntas. Mas essas não são afirmações, e sim perguntas que você poderá fazer para ela. É provável que ela ainda pense que você já foi uma testemunha de Jeová e está contra elas atualmente, fingindo interesse pela doutrina, mas querendo acabar com a fé dela. Seja como for, os resultados serão positivos para você, que terá uma ideia melhor de como elas pensam, e para ela, que talvez abra a mente para perguntas que até então nunca fez.