As Testemunhas de Jeová ensinam atualmente que o espiritismo é condenado na Bíblia, o que não é contestado neste artigo. No entanto, será que, realmente, elas sempre estiveram separadas do espiritismo? Podemos ver, com base em suas publicações, que esse não foi e nem é o caso.
Por exemplo, o livro Revelação, Seu Grandioso Clímax está Próximo, fala que um grupo de ressuscitados no céu podem estar tendo contato com as Testemunhas de Jeová atualmente. As Testemunhas de Jeová possuem um Corpo Governante, encarregado de transmitir as informações e regras; de um modo geral, fazer a interpretação da Bíblia para elas. A análise do contexto da citação abaixo demonstra que esse Corpo Governante acredita que talvez receba instruções do mundo espiritual. Seria isso estar separado do espiritismo?
Revelação, cap. 20, par. 17
Isto sugere que os ressuscitados do grupo dos 24 anciãos talvez estejam envolvidos em transmitir verdades divinas hoje em dia.
Já no livro citado abaixo, vemos que as Testemunhas de Jeová na época de 1917 acreditavam que o Pastor Russel estava gerindo a obra de pregação a partir do mundo espiritual, o outro lado do véu.
The Finished Mystery (1917), pág. 144
Though Pastor Russel has passed beyond the veil, he is still managing every feature of the harvest work.
Um outro exemplo está na citação abaixo de uma edição da revista conhecida, em português, como "A Sentinela". Vemos uma menção a um livro de um espiritualista chamado Johannes Greber. O nome desse livro significa, em português, "Comunicação com o Mundo Espiritual, Suas leis e Seu Propósito." A menção diz respeito ao prefácio do livro. Se as Testemunhas de Jeová devem estar separadas do espiritismo, como os redatores da publicação abaixo citam o prefácio de um "livro espirita"?
The Watchtower, 1 de Outubro de 1955, pág. 603
It comes as no surprise that one Johannes Greber, a former Catholic clergyman, has become a spiritualist and has published the book entitled "Communication with the Spirit World, Its laws and Its Purpose." (1932, Macoy Publishing Company, New York) In its Foreword he makes the typical misstatement: "The most significant spiritualistic book is the Bible; for its principal contents hinge upon the messages of the beyond to those existing in the present.