O que é a Royal Commission?
É uma comissão do governo formada para investigar como instituições como escolas, igrejas, clubes esportivos e organizações governamentais agem quando casos de abuso sexual infantil envolvendo seus membros lhes são informados.
É sua função descobrir onde os sistemas falharam em proteger as crianças, para que possa fazer recomendações em como melhorar as leis, políticas e práticas internas.
Seu objetivo é criar um futuro mais seguro para as crianças.
Site oficial: Clique para acessar
No final do artigo há links para a cobertura completa em vídeo da Comissão Real Australiana.
Por que algumas Testemunhas de Jeová foram levadas a testemunhar?
Não é exclusividade das Testemunhas de Jeová serem analisadas por essa comissão. Muitas denominações religiosas já foram investigadas e esse é apenas mais um dos muitos casos.
Reconhece o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová as boas intenções dessa Comissão?
Sim. Ao testemunhar, Geoffrey Jackson, membro desse corpo, admite, sob juramento, que reconhece as boas intenções dessa comissão e que as alegações não se tratam de mentiras sobre essa organização com o objetivo de difamá-la.
Quem foi que testemunhou nessa comissão?
Até o momento em que este texto foi escrito, foram, salvo engano, 11 pessoas, incluindo na maioria anciãos, mas também representantes da filial na Austrália e um membro do Corpo Governante. Mais abaixo você encontrará o depoimento de cada um.
Quais assuntos foram tratados nessa Comissão?
Nessa comissão, foi reconhecido que: o problema de abusos sexuais é real, anciãos e outras TJs não são imunes a cometer abuso sexual, pessoas que trazem esses casos à tona não estão atacando a organização desde que haja evidências, a Comissão Real Australiana tem boas intenções.
Além disso, o membro do Corpo Governante, Geoffrey Jackson, apontou que:
- Não há diferença na designação entre um ancião e um membro do Corpo Governante. Ambos devem cumprir requisitos bíblicos, mas não são designados diretamente por Deus.
- Seria presunçoso dizer que o Corpo Governante é o porta-voz de Deus.
- Uma vítima nunca deve ser obrigada a confrontar seu abusador a fim de comprovar o abuso.
- As filiais não são independentes do Corpo Governante. Todas as instruções partem desse corpo.
- A Watchtower não denuncia os casos porque não há uma lei para isso. Se houvesse, seria mais fácil para eles, visto que também devem cumprir a "lei de César".
- Indiretamente que tinha desconhecimento de Deuteronômio 22:25-27, que mostra que não há obrigação de haver duas testemunhas em casos de abuso, contrário ao que a organização afirma.
- Realmente uma pessoa pode estar querendo abandonar essa religião mas pode estar numa situação devastadora, com risco de perder a família e amigos.
- Foi batizado aos 13 anos. E que realmente nem todos estão preparados para tal decisão nessa idade.
Veja o transcript em inglês do testemunho dele: http://s000.tinyupload.com/index.php?file_id=44292866162250325309
Terrence O'Brien, coordenador da filial australiana, apontou que:
- Geoffrey Jackson, membro do Corpo Governante, não poderia auxiliar nessa comissão, visto que suas tarefas estão relacionadas a traduções. Ao ser provado errado, admite que Geofrrey faz parte da comissão de escrita.
- A escravidão no primeiro século não era tão ruim assim.
- Pessoas que deixam a religião são tratadas como aquelas que foram expulsas por cometer pecados graves sem arrependimento. Incentiva o "fading", ou seja, que a pessoa vá deixando de participar aos poucos até se tornar inativa.
- A política das duas testemunhas não pode mudar e nunca irá. (Veja o antepenúltimo item das declarações de Geoffrey acima).
- Mesmo sendo cruel e devastadora, a ostracização (nesse contexto, o ato de isolar uma pessoa) não mudará.
Rodney Spinks, ancião com alto cargo na Central de Serviço, apontou que:
- Nada vai mudar nas políticas da Watchtower.
- Indiretamente que tenta proteger o Corpo Governante a qualquer custo, visto que desviava as perguntas do foco.
- O manual dos anciãos ("Pastoreiem o rebanho") é confuso.
Vincent Toole, supervisor do departamento jurídico da filial australiana, apontou que:
- Recebe de 3 a 4 ligações por mês sobre casos de abuso sexual infantil.Douglas Jackson, ex-Superintendente de Circuito, atual ancião, apontou que:
- Nunca denunciou uma ofensa criminal.
Joe Bello, ancião, admitiu que:
- Disse a uma vítima que denunciar seu abuso iria trazer vitupério sobre o nome da organização e de Jeová.
- Não denuncia abusos a menos que seja instruído pela filial.
Max Horley, ancião, admitiu que:
- Destruiu as notas que havia sobre um abuso.
- Continuará a destruir as notas e a falar primeiro com a filial em vez de com as autoridades.
- Já ouviu falar de vários casos de abuso e os listou na audiência. Nunca pensou em denunciar às autoridades.
Dino Ali, ancião, ex-superintende de circuito e de distrito também, admitiu que:
- Acreditou numa vítima, mas não fez nada devido às políticas organizacionais.
- Nunca denunciaria um crime cometido por um membro, mesmo assassinato. E que nenhum conhecido dele já fez isso.
- Sabia que o pai de uma das vítimas também havia abusado de todas as irmãs dela, até porque este confessou.
- Nada foi feito para proteger essas vítimas de seu pai abusador e que "é uma pena" que a mãe delas não tenha denunciado.
- Não vê nenhum problema em colocar uma vítima mulher para ser ouvida por três anciãos homens.
Kevin Bowditch, ancião, admitiu que:
- Não tem nenhuma responsabilidade sobre vítimas fora da organização. E que não é comum denunciar.
Dra. Monica Applewhite, expert em assuntos de abuso sexual infantil contratada pela Watchtower, foi levada a concordar que:
- A forma com que a Watchtower atua nesses casos é ruim.
Por onde circularam essas notícias?
Essas notícias foram noticiadas em alguns grandes jornais ao redor do mundo e também na TV. "The Guardian", "ABC", "BBC", "CNN", "MSN" e "El Mundo", de grande destaque, foram alguns deles.
Cobertura completa
Inglês - Cobertura completa
Espanhol - Apenas o depoimento de Geoffrey Jackson, membro do Corpo Governante
Espanhol e português - Apenas trechos que se destacaram
Saiba mais
Fonte: Blog Comissão Real Australiana